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No Dia Internacional da Mulher o CAT celebra a força das mulheres do campo

O mês de março é dedicado ao reconhecimento das lutas e das conquistas femininas e o CAT Sorriso reforça a força e a determinação das mulheres do campo!

 

Comemorado anualmente no dia 08 de março, o Dia Internacional da Mulher é um marco histórico para o reconhecimento e fortalecimento das lutas e conquistas femininas. Uma data instituída pela ONU – Organização das Nações Unidas na década de 1970, como um símbolo da luta por direitos iguais, ao mesmo tempo em que celebra os direitos já alcançados, também reforça a mobilização contra a discriminação de gênero que perdura até a atualidade.

A data também serve para elevar a consciência mundial sobre o papel da mulher na sociedade, na família e nos negócios. Neste dia, o CAT Sorriso presta uma homenagem a todas essas mulheres extraordinárias: a mulher dona de casa, a empreendedora, a empresária, a advogada, a médica, a dentista, a comunicadora, bem como a mulher do campo.

Há alguns anos, era algo considerado impossível uma mulher estar à frente da condução de uma propriedade rural. Mas atualmente, em muitos casos, seja pela necessidade, por conta da sucessão familiar, ou pelo próprio desafio de uma transição de carreira, a mulher toma a frente dos negócios e se dedica a administrar suas fazendas ou sítios.

Por que 08 de março? Origem da data

  • Ao longo da história, muitos eventos marcaram a luta das mulheres. Em 1908, houve uma greve das mulheres que trabalhavam em uma fábrica de confecção de camisas chamada Triangle Shirtwaist Company, localizada em Nova York. Essas trabalhadoras costuravam em torno de 14 horas diárias e recebiam salários muito baixos. Elas reivindicavam melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária e aumento de salários. Na época, os homens recebiam muito mais do que as mulheres.
  • No dia 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica de Nova York matou 146 mulheres, a maioria de imigrantes judias e algumas com apenas 14 anos. Esse trágico incidente levou à reformulação das leis de segurança para incêndios e à revisão das leis trabalhistas, resultando em muitas conquistas para as mulheres.
  • Um evento histórico ocorrido em 1917, quando milhares de mulheres se reuniram em protesto na Rússia, em um movimento conhecido como “Pão e Paz”. Nesse protesto, as mulheres reivindicaram melhores condições de trabalho e de vida, lutaram contra a fome e a Primeira Guerra Mundial. Desde então, a comemoração do Dia Internacional da Mulher destaca a importância das mulheres na sociedade e a história de sua luta pelos direitos.

A força das Mulheres do Agro

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres representam 40% da mão-de-obra agrícola nos países em desenvolvimento, variando entre 20% na América Latina e 50% ou mais em partes da África e da Ásia. O Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura estimou que 25% de todas as mulheres do mundo atuavam na agricultura em 2023. Em economias de baixa renda, a proporção chega a 62%.

No Brasil, a participação gradativa de agricultoras em entidades de classe marca a ascensão das mulheres nas atividades agropecuárias, tanto nos setores do agronegócio em larga escala, como na Agricultura Familiar, demonstrando o protagonismo das mulheres no campo, que contribuem para a produção de alimentos no País, contribuindo para a produção de soja, milho, trigo, feijão, aveia, e também de carne, leite, peixes e também de hortifrúti.

A busca pelo conhecimento e profissionalização

A cada ano, as mulheres têm reconhecido o seu grande potencial e a participação feminina no agronegócio, com mulheres cada vez mais ocupando espaços, que antes eram exclusivos dos homens e destacando-se em suas carreiras, seja como empreendedora, ou como especialistas da área, buscando informações sobre novas tecnologias, pesquisas, participando de eventos do setor, buscado desenvolvimento pessoal, profissional e empresarial, enfim, seja atuando dentro ou fora das porteiras, elas estão sempre em busca de conhecimento e de excelência.

O CAT Sorriso apoia as mulheres do campo, e celebra juntamente com elas este mês dedicado às mulheres, como forma de reconhecimento pelas conquistas dessas verdadeiras guerreiras no setor rural. Para isso, o CAT está sempre voltado a apoiar as iniciativas femininas seja com assistência técnica voltada às mulheres da Agricultura Familiar, com treinamentos, consultorias, capacitações, e realizações de eventos como o Fórum Mulheres do Campo, que reúne anualmente centenas de mulheres do campo e da cidade, trazendo cases de sucesso, de mulheres empreendedoras, mulheres do agronegócio ou da Agricultura Familiar, que contam suas experiências e trocam informações, inspirando outras mulheres a serem corajosas e também empreender, enfrentar suas dificuldades e principalmente a nunca desistir.

Vamos contar um pouco da história de vida e da atuação no agronegócio de algumas mulheres incríveis:

Dudy Paiva – De surfista à produtora rural

 

 

Uma dessas mulheres fortes e inspiradoras, atuando à frente do agronegócio é a produtora rural Dudy Paiva, proprietária da Fazenda S’Antana, que mudou completamente sua vida, de garota praiana em São Paulo, para acompanhar o marido em terras mato-grossenses a bordo de um Chevette, curou-se de um câncer de mama, foi presidente do Clube Amigos da Terra – CAT Sorriso e já  viu parte de sua fazenda consumida pelo fogo.

A trajetória de sucesso de Dudy Paiva começou em 1978, quando ela e o marido decidiram deixar o litoral de São Paulo para investir nas terras férteis e abrir uma fazenda em Sorriso-MT.  Anadir Regina Graça Paiva, ou melhor, Dudy Paiva, nascida e criada na praia, em Ubatuba, litoral de São Paulo, filha de pescador e a mãe tinha casas de aluguel. Hoje o filho e a nora é quem tocam os negócios, num processo de sucessão familiar.

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Dudy conheceu o esposo Luiz Fernando Ribeiro Paiva (Nando), que vem de uma família de agricultores de Ribeirão Preto, quando a família dele alugou uma dessas casas. “Eu tinha 16 anos e a gente se conheceu na praia. Meu pai tinha um barco de pesca que eu usava para pegar onda quando era menina. Minha mãe tinha casas de alugueis na praia. A tia do Nando alugou uma dessas casas. No ano seguinte eles alugaram novamente e começamos a namorar e nesse meio tempo meu tio comprou umas terras em Mato Grosso. E meu esposo disse que esse também era o sonho dele, ser agricultor e ter uma terra em Mato Grosso. Viemos pra cá para conhecer onde ia ser a fazenda. Entramos pela mata, onde havia um palanque com uma placa que dizia que ali começava a fazenda Santana. Foi preciso abrir a lavoura e estradas. Viemos com nosso filho Juliano com 6 meses pra cá. Ele teve malária, foi bem difícil, quase desistimos, a gente queria vender tudo e voltar pra trás porque a gente pensou que ia quase perder nosso filho. A cidade de Sorriso começava com o posto de gasolina com duas bombas, não tinha quase nada aqui”.

 

Rita Hachiya – Pecuarista destaque na produção de queijos

 

Outra mulher que tem uma história extraordinária no agro é a paranaense, de 40 anos, Rita de Cássia Hachiya já está na atividade leiteira há 15 anos. Ela conta que chegou ao Assentamento Jonas Pinheiro em 2008. Começou a investir na produção de leite em 2009, com apenas quatro vacas leiteiras, da raça Jersey, emprestadas por um médico veterinário. Mas em 2014 foi que ela resolveu deixar outros trabalhos para se dedicar exclusivamente à atividade e expandir seu rebanho. Logo, veio a ideia de expandir o negócio e começou a investir na produção de queijos para agregar valor ao leite. Atualmente, ela conta com 16 vacas, que são criadas de modo em que o bem-estar é priorizado, e todas elas produzem o leite beta caseína A2, que pode ser consumido por pessoas com intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca.

 

A propriedade, Sítio Vila Láctea é certificada como a primeira e única de Mato Grosso como livre da brucelose e tuberculose desde 2014. Além de todo cuidado com a sanidade animal, Rita dá muito amor e carinho às suas vaquinhas. “Eu converso com elas, dou amor e carinho. O amor pela atividade me fez superar todo o medo. Amar o que a gente faz é a diferença. Sempre pensei na sanidade animal, em proporcionar uma boa alimentação, ração de qualidade e água. Elas me respondem com um produto de qualidade”, contou.

Os queijos do tipo mussarela, frescal e o queijo poranga feitos no sítio da produtora rural Rita de Cássia Pinto Hachiya, no Assentamento Jonas Pinheiro (conhecido como Poranga) em Sorriso, têm se destacado pela excelência na qualidade. Os produtos possuem o SIM – Selo de Inspeção Municipal e conta com a certificação do Sistema Unificado Estadual de Agroindústria Familiar e de Pequeno Porte (Susaf), concedida pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).

O selo estadual agregou valor ao produto, de acordo com Rita de Cássia, e possibilitou modernizar e ampliar a produção leiteira. Atualmente, ela é a única produtora de Mato Grosso a ter o Selo Arte, do Ministério da Agricultura, que possibilita o comércio nacional de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal.

“Me sinto realizada como uma mulher no agro. Meu desejo hoje, meu sonho é que mais mulheres tenham coragem de enfrentar seus medos, assim como eu e façam o que gostam. Sou apaixonada pelo meu trabalho, amo meu trabalho, me sinto realizada por isso e por ter o reconhecimento dos meus clientes”, finaliza Rita.

 

Ledair Salete Cella  – exemplo de resiliência

De geração para geração: filha de agricultores, nascida em Chapecó-SC, Ledair Salete Cella herdou dos pais o gosto pelo trabalho no campo. Ela acompanhava desde cedo seus pais na lavoura durante o dia e à noite estudava. Conheceu seu esposo, também filho de agricultores, se casou e, durante cinco anos, juntos tomaram conta de um posto de gasolina da família. Após esse período, o casal se mudou para o estado de Mato Grosso e aqui adquiriram terras. O momento mais marcante para ela foi a decisão de deixar os pais, irmãos, tios e outros familiares e seguir com três filhos pequenos para a então desconhecida cidade de Sorriso.  Hoje são proprietários da Fazenda Cella. Ela conta como foram os momentos longe da família: “Nossa família sempre foi o suporte, sempre nos comunicávamos, no início por cartas enviadas por correio, depois por telefone. As poucas visitas eram esperadas com ansiedade. Nossa melhor viagem era poder passar o Natal com familiares no Sul. Era sempre uma festa”.

Para Ledair, a estratégia para prosperar no Agronegócio é ter muita resiliência, buscar sempre se atualizar das novas tendências e novas tecnologias. “Tentar sempre participar de palestras, acompanhar o mercado, ter informações seguras. Eu penso que participar de cooperativas e sindicatos, nos torna mais fortes. Ter segurança  buscar o conhecimento no que vai fazer, assumir com responsabilidade, assumir os riscos, ter clareza, se atualizar diariamente”.

Segundo Ledair, a propriedade é certificada desde 2015 pela RTRS e obedece as boas práticas agrícolas. “Nossas práticas agrícolas são totalmente sustentáveis, sempre com a preocupação do uso correto dos EPIs, não agredindo o meio ambiente, tomando cuidado com as embalagens vazias de defensivos, que são recolhidas. Temos reservas de matas e sempre que possível, reflorestamos as áreas impactadas”. E acrescentou: “A tecnologia nos auxilia diariamente para só utilizar a quantidade certa de defensivos agrícolas nos talhões certos e na hora certa. A capacitação e a educação são fundamentais na produção. Como trabalhamos a céu aberto, temos que inovar sempre.”

Ela ressalta que já sofreu preconceitos de pessoas machistas, mas que com confiança e conhecimento, conseguiu superar: “No agro os desafios estão sempre sendo superados, já enfrentamos obstáculos com pessoas tradicionalmente machistas, mas vejo que quando temos informação e segurança, o nosso trabalho é bem aceito.  Eu procuro incentivar as amigas a participar nas palestras, reuniões, treinamentos, com objetivo de ter mais participação não só nos trabalhos, mas ter uma opinião formada, mostrando igualdade de conhecimentos, mais sabedoria, isso nos fortalece”.

E deixou uma mensagem a todas as mulheres: “Não deixem de ser doces, amáveis, compreensivas isso é nosso dom, nascemos assim. Mas temos muito mais potencial, só precisamos querer,  aceitar e aprender e a gente aprende fazendo o melhor , seja qual for o setor  que assumimos”.

Leonilda Luciana Estruzani da Silva – dedicação à Agricultura Familiar

Outra mulher de sucesso atuando na Agricultura Familiar é a Leonilda Luciana Estruzani da Silva, proprietária do sítio Okada, no Assentamento Jonas Pinheiro. Filha de cafeicultor, Leonilda é casada e mãe de dois filhos: um com 35, que é casado e já lhe deu netos e o mais novo com 25 anos, portador da Síndrome de Down. O filho caçula sofria com problemas de pulmão, bronquite asmática, e praticamente Leonilda morava no hospital. Após uma crise financeira em 2009, o marido adquiriu um sítio no Assentamento Jonas Pinheiro.

 

Foi o médico, amigo da família, que a orientou a se mudar para o sitio para que o filho tivesse mais contato com o campo, com ar livre e com a terra para adquirir anticorpos. “Daí vim pro sítio, mas só na intenção de morar, ter uma qualidade de vida melhor, mas não tinha intenção de mexer com agricultura. Queria apenas ter uma hortinha no fundo do quintal, criar umas galinhas, uns porquinhos. Depois começamos a criar amor pela terra, meu marido sempre gostou, então começamos fazendo um taque de peixes, ganhamos uma mudinha de pitaya, depois mais uma e mais outra e fomos plantando 10, 20, 30 mudas. Fomos aprendendo por vídeos e um amigo que plantava e deu algumas explicações. Quando vimos, já estávamos com 300 pés. Somos apaixonados pela plantação. Mas veio de uma forma inesperada. E quando menos se espera, eu já estava me tornando a Luciana, produtora de pitaya”.

Outra paixão: os animais

Leonilda nutre um amor imenso pelos animais e acaba levando pra casa. “Eu amo os animais. Eu adoto cachorros e gatos de rua. Já estou com 21 animais e o que eu puder fazer para ajudar, eu faço. E Deus é tão bom pra mim, que sempre encontro pessoas pra me ajudar com ração e remédios. E se eu achar algum na estrada, na rua, se eu vir, não tem jeito, eu trago pra casa”.

Valorização do produtor

Leonilda revela que gostaria que as pessoas enxergassem a importância e o verdadeiro valor dos pequenos produtores, que levam alimentos para a mesa dos brasileiros “Eu gosto, amo a vida no campo. Acho que o pequeno produtor tem que ser mais valorizado. Está chegando uma era que as pessoas estão aprendendo a valorizar mais a Agricultura Familiar”.

 

Sobre o CAT Sorriso

As atividades do CAT são desenvolvidas através do Projeto Cultivando Vida Sustentável, desenvolvido em parceria com a Cargill e a Idh. As ações ajudam a cumprir metas previstas no Pacto PCI – Produzir, Conservar e Incluir – um acordo multiatores em torno de uma visão voltada ao desenvolvimento sustentável do território. O objetivo do projeto é alavancar a produção de soja sustentável, promover a restauração de áreas degradadas e oferecer assistência técnica para agricultores familiares na região de Sorriso, em Mato Grosso.

O CAT Sorriso é uma associação sem fins lucrativos que reúne produtores rurais e se esforça pelo desenvolvimento tecnológico em harmonia com o meio ambiente. Com 21 anos de atuação, o Clube Amigos da Terra preza pela transparência de suas ações voltadas à preservação do meio ambiente, reconhecendo e valorizando a família do campo, construindo e consolidando trabalhos com resultados comprovados. O CAT Sorriso conta com o apoio da Cargill e da Idh na realização de seus projetos. Para saber mais, acesse: www.catsorriso.org.br.

Assessoria de Comunicação Cat Sorriso
Tâmara Figueiredo | (66) 99995 – 7316| [email protected]

 

 

 

 

 

 

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