A constante evolução do setor do agronegócio forçou o produtor rural a mudar seus hábitos com o passar dos anos, seu olhar não está mais voltado somente para o interior de sua propriedade, mas também a tudo que acontece da porteira para fora, como enfatiza o economista Ricardo Amorim, que ministrou a palestra “Agronegócio: O motor do Brasil”, nesta segunda-feira (28) durante abertura do 3º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, realizado em Sorriso (MT). “O produtor desenvolveu uma conscientização de que ele precisa entender quais são as forças que movem o eixo do agronegócio da porteira para fora, como preços, cotação da caixa de cambio e preços de insumos. Outro fator que passou a ter mais atenção foi o da venda e margem de lucro. Anos atrás a produção era focada em grãos. Hoje já percebemos crescimento na produção de proteína animal, que em determinadas situações e quando se pesa logística e outros fatores pode gerar mais lucro ao final”, informou Amorim.
Para o economista, a logística é o grande gargalo do agronegócio. “Problemas envolvendo logística estão presentes em todos os estados brasileiros. Mato Grosso está geograficamente localizado longe dos portos marítimos, o que já potencializa esses problemas no estado. Sabemos que existem discussões em torno de projetos para outros modais de transporte, como a hidrovia, que é muito pouco usada no país e a ferrovia, que poderiam ser soluções ou amenizar a situação”, declarou.
Entre os assuntos ligados ao agronegócio, Amorim destacou que o setor ainda é mal compreendido pelos grandes centros, que muitas vezes o colocam como o grande vilão do meio ambiente. “Ninguém mais que o produtor tem interesse em que a terra se mantenha saudável para que ele possa manter uma produção de qualidade. Os grandes centros jogam para o agronegócio a responsabilidade dos problemas ambientais, o que é muito cômodo. Esquece-se que o dinheiro gerado pelo agronegócio também gera sustentabilidade social. Acredito que esteja faltando marketing eficiente do setor junto aos grandes centros para divulgar e frisar a real importância do agronegócio”, informou.
O economista afirma que a classe produtora não deve ficar apreensiva com relação aos possíveis resultados das eleições deste ano. “Todas as chapas e lideranças sabem da relevância do agronegócio e a força econômica que o setor move no país e como coloca a nação em destaque no cenário internacional. Até mesmo os candidatos que tem o meio ambiente como bandeira principal já estão se certificando da importância do setor e de como ele deve ser tratado”, observou Amorim.