Xico Graziano elencou os sete principais desafios e riscos do cenário atual do agronegócio brasileiro
O engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP, mestre em economia agrária, doutor em administração (FGV/SP), professor de MBA na disciplina “Meio Ambiente e Agronegócios”, Xico Graziano esteve em Sorriso quando palestrou para um público seleto de produtores certificados em um evento que também marcou os 21 anos do CAT Sorriso.
Com o tema: “Desafios e Riscos do Agronegócio”, Xico Graziano apresentou aos produtores uma lista de sete, que ele considera serem os principais desafios da atualidade para o agronegócio brasileiro.
Xico abriu sua palestra falando sobre o desafio do Avanço Tecnológico, segundo ele a tecnologia é algo que nos desafia continuamente, pois o desenvolvimento tecnológico é algo que avança muito rapidamente, por isso, é imprescindível se manter o tempo todo atualizado, é preciso muita leitura, contatos e conhecimento de mundo, para não correr o risco de ‘perder o bonde’ e ficar para trás. “Como estudioso e estrategista, vou organizar as ideias que existem e apresentar em sete temas, que são os principais desafios, associados a cada desafio, os riscos. Não está sendo fácil ser agricultor, isso demanda muito conhecimento, de uma equipe especializada, consultoria técnica. Esse grupo é selecionado, a maioria já está no processo de certificação RTRS através do trabalho do CAT, ou seja, já estão na agenda positiva da sustentabilidade, transparência e responsabilidade social”.
Outro desafio apresentado é conseguir acompanhar as Tendências do Mercado, já que o mercado consumidor está cada vez mais exigente e preocupado quanto à origem do produto, principalmente lá fora. Além disso, o produtor também tem que lidar com a opinião pública.
Produzir com Sustentabilidade também é um grande desafio, mas Xico Graziano mostrou que é possível produzir e ao mesmo tempo preservar, até porque estamos vivendo a ‘Era do Baixo Carbono’, já que o mundo busca combater as mudanças climáticas, reduzir a temperatura global e evitar grandes secas, citando como a bola da vez a Agricultura Regenerativa.
Outro ponto importante é a governança corporativa, uma gestão mais eficiente que consiga da porteira pra dentro reduzir os custos de produção e ter maior rentabilidade. Também citou o valor da cooperação, do empreendedorismo e de criar redes de conhecimentos.
Por fim, o grande desafio que cerca muitos produtores é o da Sucessão Familiar e chamou a atenção para a necessidade de preparar uma pessoa capaz de tocar os negócios da propriedade. “Se você não preparar um sucessor, vai quebrar e cair fora do negócio, porque ninguém vai conseguir tocar os negócios”.
O produtor rural, por muitas vezes, é apontado como vilão, aquele que degrada o meio ambiente, mas Xico diz que é preciso separar o joio do trigo, e ressalta a importância de fazer parte de um grupo de produtores certificados “A agricultura brasileira sofre muitos ataques de imagem por notícias, que algumas são verdadeiras, mas também por muita ‘fake news’ que se divulgam talvez a partir de alguns casos errados, como se todos os agricultores estivessem fazendo coisas erradas e não se separa o joio do trigo. Um grupo como esse ligado ao CAT é a perfeita separação do joio do trigo, aqui está a parte boa. Isto quanto mais se ampliar vai mostrando que o que se predomina o agro é a parte boa. Tivemos uma agricultura predatória no passado, até por falta de tecnologia, e hoje temos que construir a agricultura sustentável do futuro”.
CAT 21 anos

O evento marcou as comemorações dos 21 anos do CAT Sorriso, com a presença de Xico Graziano, conforme ressaltou o presidente do CAT, Junior Ferrarin, destacando a importância dessa parceria do Xico “Pra nós é uma honra muito grande, a gente está trazendo o Xico como um embaixador do CAT, ele aceitou nosso convite para participar da entidade, e hoje não só como palestrante, ele está atuante na entidade e a gente está muito feliz com isso”.
Junior Ferrin lembrou que ao longo desses 21 anos foram vários projetos desenvolvidos pelo CAT, dentre eles, o carro chefe da certificação de propriedades por meio da RTRS. “A certificação já é um trabalho antigo, já está com oito anos é um trabalho consolidado, hoje é um dia de celebração, hoje temos mais 13 propriedades estão fazendo parte do CAT este ano. Independente de quem seja a diretoria, o trabalho está fantástico, a Dudy, a Cris e todos da diretoria, estamos muitos felizes de comemorar esses 21 anos do CAT. Além do projeto de certificação, temos outras frentes atendendo os pilares Produzir, Conservar e Incluir, com inúmeros projetos voltados ao meio ambiente, sustentabilidade, educação ambiental, responsabilidade social. Projetos voltados a Agricultura Familiar, atendendo os grandes, médios e pequenos produtores, e o melhor é que o CAT está crescendo, trazendo mais gente para o time e tendo reconhecimento por todo trabalho desenvolvido ao longo desses 21 anos”.
Junior deixou um recado aos produtores que ainda não fazem parte do projeto de certificação: “A certificação é o futuro, quanto mais pessoas se engajarem no projeto, mais força a gente vai ter pra cobrar de outros países que nos impuseram certas restrições no passado. O produtor consciente que se certificar vai ajudar o setor a se fortalecer. Saiu do papel de que precisamos ser sustentáveis e para isso ter que colocar a mão no bolso. Hoje os produtores estão sendo reconhecidos de verdade, ou seja, recebem dinheiro por seu esforço, por consertar o que foi feito de uma maneira não ideal no passado. Sai do discurso, porque todo mundo fica só conversando sobre sustentabilidade e o CAT tem ação efetiva com cerca de 200 mil hectares de áreas de produção sustentável certificada dentro dos padrões RTRS e isso é fantástico”.
Produtora Certificada
Janete Missio é produtora rural, e sua propriedade “Fazenda São Felipe” já é certificada desde o início do Projeto de Certificação RTRS pelo CAT, fazendo parte do primeiro grupo de propriedades certificadas, desde o ano de 2010. “A gente já tem uma história na certificação e como sempre a gente procura se adaptar às necessidades do mercado, se adaptar às leis. E a certificação ajuda a gente em tudo isso, a manter a propriedade organizada, de acordo com as exigências tanto das leis brasileiras, quanto das leis internacionais. Temos que manter a propriedade legalizada dentro das exigências ambientais, respeitando as leis trabalhistas, com CAR em dia, manter as áreas de preservação, manter as áreas intactas previstas pela lei. Todos os anos passamos por uma auditoria, procuramos manter tudo em ordem. Temos um retorno financeiro com a venda dos créditos e recebe um valor que nos ajuda a fazer as melhorias necessárias na fazenda”.
Sobre o CAT Sorriso
O CAT Sorriso é uma associação sem fins lucrativos que reúne produtores rurais e se esforça pelo desenvolvimento tecnológico em harmonia com o meio ambiente. Com 21 anos de atuação, o Clube Amigos da Terra preza pela transparência de suas ações voltadas à preservação do meio ambiente, reconhecendo e valorizando a família do campo, construindo e consolidando trabalhos com resultados comprovados. O CAT Sorriso conta com o apoio da IDH na realização de seus projetos. Para saber mais, acesse: www.catsorriso.org.br.
Assessoria de Comunicação Cat Sorriso
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