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Plantio direto: novo paradigma do agro (Por Xico Graziano)

Vamos comemorar nesse 23 de outubro o “Dia Nacional do Plantio Direto”, estabelecido através da lei 14.609/23, de autoria do deputado federal gaúcho Afonso Hamm, que é engenheiro agrônomo.

A data se refere à primeira vez, em 1972, que se realizou, no Brasil, o plantio direto de uma lavoura. O fato aconteceu na fazenda Rhenânia, situada no município paranaense de Rolândia, no Paraná, tendo como realizador o pioneiro Herbert Bartz, conhecido hoje como o “pai do plantio direto”.

A data comemorativa foi uma causa patrocinada pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto (FEBRAPDP), entidade que aglutina os estudiosos e produtores rurais desse sistema inovador que, após 50 anos de implementação, se tornou um novo paradigma na produtividade do agro nacional.

https://plantiodireto.org.br/

 

Lembro-me de quando estudava na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em Piracicaba. Formado em 1974, naquela época quase ninguém, no quadro da melhor escola de agronomia do país, acreditava na viabilidade do plantio direto.

Imperava então o antigo paradigma da aração e da gradeação das terras, que preconizava revolver o solo, para afofá-lo, facilitando a germinação das sementes de grãos.

Realizava-se assim, por aqui, uma forma de plantio copiada da agricultura europeia, onde a exposição dos solos ao sol é importante para seu avivamento, após aquele período gelado do inverno.

No Brasil, porém, a aração desencadeou o terrível problema da erosão dos solos, verificado quando a expansão da agricultura em larga escala se fez necessária visando atender à demanda de alimentos gerada pelo crescimento desordenado das cidades, na época do êxodo rural.

Conduzidas pela mecanização, cujos arados rasgavam o solo, as lavouras mal germinavam e eram fustigadas por chuvas intensas, que lavavam os sulcos de plantio, formando enxurradas que levavam embora a fertilidade do solo.

Cicatrizes horrorosas passaram a marcar a geografia das áreas declivadas nos campos. Nas baixadas, o assoreamento dos córregos e rios indicava que um mal gravíssimo acometia a agricultura.

Percebeu-se, dessa forma, uma enorme diferença entre a agricultura de clima temperado, como na Europa, e a agricultura tropical e subtropical, típica do Brasil. Copiar a mesma tecnologia de plantio e condução das lavouras representava um brutal erro da agronomia.

 

O pioneiro Herbert Bartz, conhecido hoje como o “pai do plantio direto”.

 

Herbert Bartz, conhecido como o “alemão louco de Rolândia”, inconformado com o prejuízo causado pela chuvarada em suas lavouras do Paraná, resolveu tomar uma atitude: investir no conhecimento sobre uma nova técnica do plantio direto, que já vinha sendo testada nos EUA.

Dois outros produtores foram essenciais nessa busca de solução: Franke Dijkstra e Manoel “Nonô” Pereira, que já trabalhavam nesse sistema e haviam fundado o Clube da Minhoca em Ponta Grossa (PR), para disseminar e promover a adoção do sistema de plantio direto (SPD).

A iniciativa exitosa dos três empreendedores rurais se transformou em uma onda de comunicação, cativando produtores país afora. Desse movimento nasceram os Clubes Amigos da Terra (CAT), a exemplo do CAT Sorriso, levando a boa nova adiante.

Investimentos em máquinas, controle de plantas invasoras, tratamento fitossanitário, melhoramento genético, cobertura de solo e gestão de processos definiram o modelo tropicalizado praticado atualmente nas regiões de agropecuária mais moderna e avançada, como no Mato Grosso.

A adoção do novo paradigma permitiu ao país alimentar a população das cidades e, com os excedentes, exportar produtos para o mundo inteiro. Que ninguém duvide: o sucesso do agro brasileiro deve-se ao sistema de plantio direto.

Daí a comemoração. Viva o 23 de outubro, Dia do Plantio Direto.

 

 

O autor  Xico Graziano,  é engenheiro agrônomo e doutor em administração.

Foi deputado federal pelo PSDB.

É professor de MBA da FGV.

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