Com o intuito de desenvolver as ações relacionadas ao Projeto Gente que Produz e Preserva, o CAT – Clube Amigos da Terra, promoveu no último dia 06, uma oficina para elaboração do Plano de Negócios da Associação Produtiva das Mulheres da Poranga, com objetivo de auxiliar as mulheres a estabelecerem metas de trabalho e definirem um seguimento de produção.
A oficina foi conduzida pela consultora do Sebrae, Cleide Maria Anzil, que inicialmente apresentou um diagnóstico situacional que foi elaborado de acordo com a informações coletadas através de um questionário padronizado, que foi aplicado pelo CAT e respondido por 90% das integrantes da Associação, ou seja, 27 mulheres. “Com este diagnóstico, a própria comunidade resgata a sua história, reconhece os principais problemas enfrentados e também seus potenciais. Essas informações ajudam a comunidade a definir coletivamente quais são as prioridades para o desenvolvimento local.“
Um dos apontamentos neste diagnóstico é a necessidade do cuidado com a terra. “Quando perguntamos sobre a conservação solo, 41% das mulheres responderam que usam terraços e 59% disse que não faz esta conservação, e isto fica interligado a falta de assistência. Um dos apontamentos feito pelas associadas e que elas pedem e não são atendidas e que falta de recursos econômicos para viabilizar.“, disse a consultora.
Outro ponto diagnosticado é em relação ao lixo. 87% esta sendo queimado na área e somente 13% enterrando. Segundo a consultora do Sebrae a melhoria deste dado esta alinhada a organização de um projeto que venha apoiar ações que não agridam ao meio ambiente e que passe pela conscientização. “A Educação Ambiental tem uma importante função a desempenhar no sentido de colaborar para uma maior integração das associadas com o meio ambiente, contribuindo para a melhoria das condições de vida e para a construção de uma sociedade mais justa.“
Após a apresentação deste diagnóstico, foi feita a oficina de plano de negócio, onde houve a participação de todas as mulheres. “Nesta oficina foi dividido os grupos para trabalhar o conjunto de ideias exposto no diagnóstico e trabalhar também uma planilha de ações, chegando há possíveis soluções, que servirá para tomadas de decisões em relação a esta associação e todo projeto já existente pelos parceiros.” explicou Cleide Anzil.
Nesta planilha, ficou definida como ações prioritárias: construir uma cozinha comunitária, trabalhar a cadeia produtiva do leite e fortalecer a união e participação das associadas. “Tem que socializar esse planejamento, deixar bem claro para todo mundo da associação, e de fora do grupo, o que são os objetivos e o que se pretende alcançar. Isso ajuda a associação a fortalecer sua identidade, mobilizar recursos, ter novos parceiros. Serve também para a associação, no futuro, para se situar na sua caminhada, ver o quanto já conseguiu avançar e planejar os próximos passos.”
Ainda de acordo com Cleide Anzil a construção deste diagnóstico e plano de negócio representa apenas o primeiro passo, de uma longa caminhada em busca do desenvolvimento sustentável da associação. “É importante ressaltar a importância da construção coletiva e a identificação das ações junto à realidade das associadas no desenho de soluções e novos caminhos.“
Com 11 anos de existência, o assentamento Jonas Pinheiro, hoje ocupado por 207 famílias, passa pela realidade dos assentamentos de todo país, possui as mesmas necessidades, em sua organização, forma de produção, existindo potencialidades econômicas, sociais e ambiental, e consequentemente dificuldades no processo de organização desta produção.
Esse trabalho realizado com as mulheres da Poranga é apenas uma das atividades desenvolvidas dentro do Projeto Gente que Produz e Preserva junto as “Mulheres do Campo” e tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável da região e o empoderamento da mulher do meio rural.
O projeto Gente que Produz e Preserva será realizado até 2016 com o apoio do CAT – Clube Amigos da Terra, Instituto Centro de Vida, Bel, WWF, Solidariedad e IDH.