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Clube Amigos da Terra defende sustentabilidade na produção durante 1ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente

Durante a conferência intermunicipal foram discutidas e apresentadas propostas e foram eleitos delegados que vão representar os municípios da região e levar essas propostas para a conferência estadual.

 

O Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) esteve participando da 1ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente, realizada no dia 7 de novembro, na sede do IFMT – Instituto Federal de Educação em Sorriso. O CAT também foi uma das instituições apoiadoras da realização do evento.

A 1ª conferência intermunicipal do meio ambiente, teve como tema central “Emergência Climática: o desafio da transformação ecológica”, um assunto relevante e com urgência em ser debatido pelos municípios, estados e pelo país, tendo em vista os impactos decorrentes das mudanças climáticas que afetam de várias formas, tanto a população brasileira como os setores econômicos.

Realizada pelo Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental Alto Teles Pires (Cidesa), em colaboração com o Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente (MAPA). O encontro também teve o apoio da Prefeitura de Sorriso, por meio de suas Secretarias Municipais e entidades como o Clube Amigos da Terra.

O evento contou com a participação de mais de 400 pessoas, entre professores, biólogos, veterinários, engenheiros, secretários municipais e representantes de 15 municípios da região, que fazem parte do CIDESA – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental Alto Teles Pires, entre eles, Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde, Ipiranga do Norte, Vera, Tapurah e Nova Ubiratã.

 

A conferência foi palco de discussões na busca de soluções e estratégias frente às mudanças climáticas, como forma de contribuir para que medidas de adaptação sejam adotadas pelos municípios. As conferências municipais ou intermunicipais são a primeira etapa do processo que culminará com as conferências estaduais e distrital, que devem ocorrer entre 15 de janeiro e 15 de março de 2025. Nesta fase, serão eleitos os representantes municipais ou intermunicipais, bem como dez propostas locais a serem levadas à próxima etapa, as conferências estaduais e distrital. Já a realização da 5ª conferência nacional do meio ambiente está agendada para 6 a 9 maio de 2025.A conferência nacional prevê a participação de ao menos 1.700 delegados.

Foram realizadas plenárias para discussão e apresentação de propostas em torno de 5 eixos estruturantes, como: Mitigação de Riscos, Adaptação e Preparação, Justiça Climática, Transformação Ecológica e Governança e Educação Ambiental. Cada município pode contribuir para que sejam adotadas medidas de adaptação e prevenção.

Também foram eleitos delegados que vão representar os municípios da região e levar essas propostas para a conferência estadual. O prefeito de Lucas do Rio Verde, presidente do CIDESA falou sobre a relevância da audiência.

Esta é uma grande oportunidade, com a participação expressiva de profissionais liberais, pessoas ligadas às secretarias de meio ambiente, prefeitos, secretários, vereadores, a SEMA, enfim, para discutir propostas em torno de 5 eixos, como mitigação de riscos, redução de CO2, justiça ambiental, que serão levadas à conferência estadual e depois à nacional, representando nossa região”.

 

O Prefeito de Nova Mutum, Leandro Félix, vice-presidente do Cidesa, também fez sua avaliação sobre a audiência.

“Esta conferência permite mostrar que nossa região, além de produtora, tem uma grande responsabilidade com a preservação. Queremos levar sugestões aplicáveis no dia a dia, visando melhorar a qualidade de vida da nossa população”.

Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas, Felipe Palis destacou a importância dessas discussões para que cada município Coloque em Prática.

“Nossa região, que é emergente e cresce muito, precisa equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade. Em Lucas, temos projetos de educação ambiental em parceria com a Secretaria de Educação e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, e recentemente firmamos o Pacto de Inovação, que elenca sete macros desafios e diversos projetos com pautas ambientais. A ideia é inovar e crescer, sempre com uma pegada sustentável”, concluiu.

As discussões sobre ações emergenciais para conter os efeitos das mudanças climáticas se tornaram mais urgentes nas últimas décadas, mas os povos originários já sentem esses efeitos na biodiversidade desde a década de 70 ou 80, provocando desequilíbrios na natureza. Para Kavisgo Txicao, da etnia Ikpeng, que atua como professor de Matemática na Faculdade Indígena Intercultural da UNEMAT, no município de Feliz Natal, terra indígena do território Xingu, diz que é importante essa discussão que está começando a ser feita sobre o assunto. “Estou muito feliz de estar aqui, vendo a comunidade discutir sobre as mudanças climáticas. São aprendizagens para levarmos para nossas comunidades. Mas a gente vem sentindo esses efeitos desde os anos 70, 80, quando meus pais, meus avós começaram a perceber as mudanças na profundidade dos rios, quando a água do rio começou a ficar turva, as secas prolongadas e as mudanças na visão cosmológica, porque nosso calendário é baseado nos fenômenos da natureza, na floração, no canto dos pássaros e tudo isso foi mudando ao longo do tempo”.

 

Kavisgo Txicao, da etnia Ikpeng, já sente os efeitos das mudanças climáticas desde os anos 70 e 80

 

 

Ele citou os efeitos negativos que podem trazer sérios riscos à flora, fauna e à vida humana. “Para a fauna é muito impactante, porque o aumento do calor e atraso das chuvas mudou as épocas da desova dos tracajás, dos peixes, dos pássaros e as queimadas também provocaram a diminuição desses animais, que por medo do fogo mudaram para outras localidades. Os rios estão secando e os peixes diminuindo também. São necessárias ações emergenciais, baseadas nas pesquisas. De que forma recuperar o meio ambiente, o equilíbrio da natureza que existia antes. Verificar se os nossos rios estão contaminados ou não pelo mercúrio, porque nossos rios também desaguam fora de nossos territórios. E também preservar as nascentes dos rios, que são cortadas por fazendas de produção agrícola ou outras atividades agropecuárias. Nesse ano no Xingu houve grande número de queimadas. E é do ecossistema que tiramos o nosso sustento, e também recursos naturais para construção de casa e para nosso artesanato. Quando se queima uma árvore prejudica nossas atividades culturais”.

 

Laurimar Vendrusculo, pesquisadora e chefe geral da Embrapa Agrossilvipastoril esteve participando da conferência e destacou a importância de desenvolvimento de práticas de manejo sustentáveis que possam contribuir para a conservação do meio ambiente. “Nós viemos falar um pouco sobre transformação agroecológica que engloba vários temas relacionados a descarbonização aqui na região, mas principalmente na agricultura. Viemos colocar coisas como tecnologias que já existem hoje para auxiliar como por exemplo, na questão de sistemas integrados. Falamos também sobre a necessidade de um olhar especial para as cidades em termos de prevenção a picos climáticos como a seca exacerbada, enchentes. Soluções como o plantio de árvores nativas, que estimula muito a retomada da vegetação natural desses biomas, questão envolvendo a economia circular, no intuito de incentivar a pratica de reciclagem, são ações que já existem, mas que precisam de políticas implantadas”.

Diego Barbosa Alves Antônio, analista ambiental da Embrapa Agrossilvipastoril também destacou como foi sua participação na conferência.

“Nas rodadas nos grupos a gente trouxe alguns elementos ligados aos sistemas agroflorestais, que são sistemas mais resilientes e adaptados as mudanças do clima que a gente vem acompanhando, a possibilidade da gente fortalecer a assistência técnica, fomento através de crédito rural aos produtores para fazer a recuperação ambiental através dos SAFs (Sistemas Agro Florestais) e também a oportunidade da gente produzir maior diversidade de alimentos e com maior qualidade nutricional também, principalmente na agricultura familiar”.

 

 

A coordenadora do CAT Sorriso, Cristina Delicato participou do evento como mediadora do painel realizado após as apresentações das palestras, que contou com a participação de entidades como a Embrapa Agrossilvipastoril, da SEMA, de Cuiabá, UFMT Sinop, FS de Lucas do Rio Verde e Excelência, de Nova Mutum. Ela foi eleita entre os 8 delegados, sendo quatro titulares e quatro suplentes, que irão representar os municípios que compõe o Cidesa na conferência estadual.

 “Esta conferência foi muito importante para que possamos buscar soluções que nos ajudem a construir caminhos mais sustentáveis, para que tenhamos o crescimento econômico, aliado ao compromisso com o desenvolvimento social e ambiental. Essas ações começam por meio do uso consciente do solo, da preservação de nossas nascentes, do apoio aos pequenos produtores, da produção sustentável em conformidade com a legislação ambiental e de campanhas de educação ambiental. Isso o CAT vem fazendo desde a sua criação até os dias atuais”.

 

 

Confira as propostas que foram aprovadas nos 5 eixos que serão levadas à etapa estadual:

 

Mitigação

  • Fomentar incentivos fiscais, subsídios e linhas de crédito às empresas e proprietários para fontes renováveis;
  • Apoiar projetos para criação de áreas verdes em locais que favoreçam o microclima nas áreas urbanas.

 

Adaptação e Preparação

  • Promover a conscientização ambiental na comunidade com foco na capacitação contínua por meio de programas de formação voltadas para brigadistas, primeiros socorros e assistentes sociais;
  • Criar uma plataforma de mapeamento ambiental que reúna pontos de risco e passivos na região do Cidesa.

 

Justiça Climática

  • Implantar, consolidar e fortalecer programas de incentivo educacional e técnico em sistemas agroflorestais para populações tradicionais assegurando a proteção das florestas e garantindo segurança alimentar;
  • Incentivar parcerias público privadas (PPPs) para criar estruturas de combate à incêndios com incentivos fiscais.

 

Transformação Ecológica

  • Executar as políticas públicas para preservação dos recursos hídricos;
  • Fomentar o acesso a políticas públicas para implantação de sistemas florestais.

 

Governança e educação ambiental

  • Criar apoio de pesquisa socioambiental nas comunidades de povos originários e tradicionais;
  • Implantar um plano de ação climática municipal alinhado aos ODS e fortalecer o gerenciamento de resíduos sólidos.

 

Sobre a IDH

A Idh é uma organização global que atua para transformar os mercados. A Idh coloca as pessoas, o planeta e o progresso no centro do comércio, mobilizando o poder dos mercados para gerar empregos, rendas e um meio ambiente melhor com equidade de gênero para todos. Para atingir esse objetivo, reúne pessoas nas corporações, no setor financeiro global e nos governos com influência sobre as sobre as cadeias globais de valor para cocriar e coinvestir.

Com sede na Holanda, a Idh tem cerca de 380 funcionários em todo o mundo, operando em 20 países e 12 commodities e regiões de fornecimento, com mais de 1.000 parceiros públicos e privados. Em 13 anos de atuação, Idh gerou mais de 390 milhões de euros em investimentos do setor privado e apoio a novos modelos de negócios impactantes.

O trabalho da Idh é possível graças ao financiamento e à confiança de vários doadores públicos e privados, entre os quais os governos da Holanda e da Suíça e fundações privadas. Para obter mais informações, visite os sites www.idhsustainabletrade.com e www.idhlatam.com ou siga @idh.br no Twitter e Linkedin.

Sobre a Cargill

Cargill oferece serviços e produtos alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais ao mundo.

Juntamente com produtores rurais, clientes, governos e comunidades, ajuda as pessoas a prosperar com a aplicação de nossas ideias há mais de 155 anos. Tem 155.000 funcionários em 70 países, que estão comprometidos a fornecer alimentos ao mundo de uma forma responsável, reduzindo o impacto ambiental e melhorando as comunidades onde atua.

Sobre o CAT Sorriso

As atividades do CAT são desenvolvidas através do Projeto Cultivando Vida Sustentável, desenvolvido em parceria com a Cargill e a Idh. As ações ajudam a cumprir metas previstas no Pacto PCI – Produzir, Conservar e Incluir – um acordo multiatores em torno de uma visão voltada ao desenvolvimento sustentável do território. O objetivo do projeto é alavancar a produção de soja sustentável, promover a restauração de áreas degradadas e oferecer assistência técnica para agricultores familiares na região de Sorriso, em Mato Grosso.

O CAT Sorriso é uma associação sem fins lucrativos que reúne produtores rurais e se esforça pelo desenvolvimento tecnológico em harmonia com o meio ambiente. Com 22 anos de atuação, o Clube Amigos da Terra preza pela transparência de suas ações voltadas à preservação do meio ambiente, reconhecendo e valorizando a família do campo, construindo e consolidando trabalhos com resultados comprovados. O CAT Sorriso conta com o apoio da Cargill e da Idh na realização de seus projetos. Para saber mais, acesse: www.catsorriso.org.br.

Assessoria de Comunicação Cat Sorriso

Tâmara Figueiredo | (66) 99995 – 7316| [email protected]

 

 

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