O projeto Gente que Produz e Preserva do Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), iniciou o trabalho de certificação RTRS com um novo grupo de produtores de Sorriso e Região.
Ao todo 21 agricultores (que juntos somam aproximadamente 40.000 hectares de terra) inscreveram suas propriedades e se comprometeram com o CAT, através da assinatura de um termo, a abrir as portas da fazenda e seguir as orientações para conseguir a certificação internacional.
Na semana passada o representante do organismo de certificação, Fábio Beltrame Magalhães, esteve em cinco das 21 fazendas para fazer o diagnóstico inicial do processo exigido pela RTRS. O mapeamento mostrou que a maioria dos produtores está no caminho certo. “De uma forma geral eles estão adiantados em relação ao primeiro grupo e o mais importante é que todos mostraram vontade de querer mudar”, afirmou Magalhães.
Neste primeiro momento foram observadas as instalações da propriedade como a cantina, os dormitórios, os armazéns e os locais onde são guardados os produtos químicos. De acordo com Fábio Beltrame Magalhães, os principais problemas foram identificados na destinação do lixo e no não uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). “O uso de EPI’s é lei, tem que usar. O trabalhador muitas vezes não sabe que a falta do equipamento pode trazer problemas sérios pra ele”, esclareceu Fábio.
Uma das fazendas visitadas foi a Santo Antonio do Sr. Luimar Luiz Gemi. O produtor conheceu o projeto e está animado com o processo de certificação. “Eu e meus 3 irmãos temos a propriedade, que fica em Primaverinha, desde 1979. Começamos com pecuária e hoje temos a soja como carro chefe. Acredito que fazer parte do projeto vai ajudar a organizar a propriedade e alinhar o que precisa”, afirmou Gemi.
O próximo passo é analisar os documentos das propriedades. Os demais inscritos no projeto serão visitados essa semana.
Desde 2013, o Clube Amigos da Terra com o apoio de entidades internacionais uniram forças para fomentar o desenvolvimento sustentável em Sorriso e outros municípios da região. O produtor que participa do projeto não tem custo algum com um diagnóstico que é feito na propriedade (e mantido em sigilo) sobre a situação atual da fazenda com relação a questões trabalhistas, manejo sustentável e adequação ao novo código florestal. Com melhoria na gestão, a consequência é a redução de custos de produção e a diminuição de riscos de processos trabalhistas.
O consultor Amadeu Rampazzo Junior, vai trabalhar com esse novo grupo. Ele explica que através das visitas será possível traçar um diagnóstico e um plano de ação para cumprir os indicadores exigidos pelo padrão RTRS. “Vamos auxiliar os produtores inclusive com o CAR (Cadastro Ambiental Rural)”, afirmou o consultor.
Depois de certificadas as fazendas terão apoio do projeto para a comercialização da soja certificada por meio de contratos no mercado global. Atualmente cada tonelada de soja produzida em uma propriedade certificada representa um crédito. E cada crédito é comercializado hoje a U$ 2,5 dólares.
Outra vantagem para o produtor é a possibilidade de juros/taxas menores em bancos que apoiam a RTRS e claro um diferencial no preço da soja responsável.
Produzindo sem desmatar e cumprindo os indicadores do padrão RTRS o produtor melhora sua imagem que no passado era de destruidor da floresta para ser o principal conservador dela.
Recentemente o CAT certificou as primeiras 9 propriedades através do projeto Gente que Produz e Preserva. São elas: Jaborandi, São Felipe, Dakar, São Marcos, Santa Maria da Amazônia, Santana, Videirense, Cella e Berrante de Ouro. Juntas elas totalizam 21.500 hectares. Elas foram inseridas no projeto de forma voluntária através de seus proprietários que se propuseram a atender os critérios exigidos pelo padrão de certificação da Mesa Redonda da Soja Responsável – RTRS.
A diretora de sustentabilidade do CAT, Cynthia Moleta Cominesi, está animada com o novo grupo. “É muito bom saber que os produtores estão confiando no nosso trabalho e buscando a produção responsável”, concluiu Cominesi.
Apoio
O projeto “Gente que Produz e Preserva” tem o apoio da WWF Brasil, Solidariedad, Bel e IDH.
Contato
Para fazer parte do projeto basta entrar em contato com o CAT pelo telefone (66) 3544-3379 ou ir pessoalmente até o Clube Amigos da Terra que fica na Av. marginal esquerda, no segundo piso do Sindicato Rural de Sorriso. As demandas também podem ser feitas pelo e-mail [email protected].